Todo bom perfume se encaixa em um ou mais destes adjetivos. Normalmente, uma pessoa prioriza dois ou três deles e a escolha depende da sua personalidade com suas motivações mais profundas, cristalizadas durante a infância e sofisticadas durante a vida adulta.
Alguns dividem sua coleção em dia e noite, deixando os mais leves e secos para o trabalho e os mais potentes e adocicados para a balada. Tem gente que prefere uma fragrância arejada, vibrante ou relaxante, que lhe traga bem-estar – para eles existem os cítrico-aromáticos e os florais frescos como CK One, Acqua di Gio ou L’Eau d”Issey. Outros usam perfume para chamar atenção, podendo assim serem percebidos assim que entram no recinto e atrairem olhares (às vezes só por provocação) – lhes caem bem os fougères intensos como Kouros ou florais-bomba como Joop Femme. Há quem prefira ser discreto sem abrir mão da elegância, buscando passar a impressão de seriedade e refinamento – para homens, uma boa pedida são os chipres amadeirados como Encre Noire e, para as mulheres, os chipres tradicionais como 24 Faubourg. Boa parcela dos usuários curte perfumes mais doces e encorpados, dividindo-se em sedutores (conquista, motivação externa) e hedonistas (prazer, motivação interna) – esses se dão melhor com os orientais como Classique ou Spicebomb.
Embora o verdadeiro aficcionado busque gostar de todo tipo de perfume, explorando as cinco qualidades em destaque, é impossível gostar de tudo. Há sempre um estilo que causa repugnância, onde o máximo que se pode fazer é admirar a beleza do perfume, mesmo sem conseguir usá-lo. Já o público médio geralmente opta por um estilo só – por exemplo, confortável (Light Blue), bonito (Anaïs Anaïs), chic (Vetiver de Guerlain), sexy (1 Million) ou gostoso (Angel). Alguns perfumes são mais versáteis e se enquadram em mais de um adjetivo: confortável-chic (Terre d’Hermès e Baiser Volé), confortável-bonito (Eau Sauvage e Infusion d’Iris), confortável-sexy (Bleu de Chanel e La Panthère), confortável-gostoso (212 Men e Armani Code), bonito-chic (Dior Homme e Chloé), bonito-sexy (Fahrenheit e Coco Mademoiselle), sexy-chic (La Nuit de l’Homme e Alien), sexy-gostoso (Le Mâle e Lolita Lempicka), entre tantas infinitas combinações.
Independentemente de qualquer coisa, o mais importante é evitar preconceitos e descobrir as diversas facetas da perfumaria antes de se decidir por um único estilo. Há muita gente por aí perdida, usando um perfume legal, porém não o melhor para ela porque não conhece outras possibilidades ou porque foi hipnotizada pelo marketing.
Não espere o perfume te escolher – você é que tem que ir até ele.